Sim ou não, eis a questão!
Tenho amigos de todos os partidos. Para mim, partido é mesmo só partido; não parte nada, quando muito, reparte! Ter, aderir a um partido é associar-se, não necessariamente, a uns tantos com quem se concorda na promoção de uma via que se julga a melhor de viver em sociedade. Admito que haja muitas vias, umas melhores que outras ou iguais, e que os meus amigos pensem diferentemente, entre eles e de mim, e que honestamente julguem a sua a melhor. Nem me vem prejuízo por isso, pois não tenho partido (sou da parte não repartida em partidos) nem neles procuro benesses. Nem me custa aceitar que mude de partido quem o tenha quando der conta que o seu deixa de o contentar e de ser eficiente para alcançar os objectivos que pretende, quaisquer que eles sejam. Partido não é religião; por isso, não há apostasias nem conversões! Nem vejo que a multiplicidade de partidos fracture a sociedade; vigiam-se democraticamente, prevenindo exageros; são úteis e nem são eternos, por enquanto; desejo longa vida a todos, que paguem impostos e dêem segurança social aos aderentes, não disse adesivos. Adesão a partido não é para mim problema de consciência, a não ser que um partido obrigue, no seu ideário, a decisões que estejam contra a consciência dos seus adeptos: a regra é que cada um siga a sua consciência, não minta a si.
Questões de consciência são as únicas que me levam à escolha dos amigos; símiles cum similibus ou o menos velho adágio diz-me com quem andas e eu dir-te-ei quem és. Para mim, fracturante para Sociedade, definitivamente, é pô-la perante dilemas de consciência: honestidade, desonestidade; verdade, mentira; amar odiar; roubar, não roubar; matar, não matar...a lei natural. Sócios da Sociedade têm de ter em comum algo que partilhem...de essencial.
Este arrazoado porque fui chamado a votar, num referendo anunciado, sobre um problema de consciência...ninguém me convence do contrário. Aderi a um dos lados do dilema proposto à Sociedade que vai ficou fendida em duas: a que adere à licitude de interrupção da vida (= a matar, na intenção e nos processos, enquanto não me provarem o contrário), obviamente filha de mães que pensaram o contrário, e a que reprova interromper. Não se trata de alternativas conciliáveis, possíveis modelos de Governo, formas de conduzir a Sociedade, melhores ou piores, actuais ou desaparecidas. Trata-se de escolher ou recusar cumprir a lei natural, no mínimo. É a minha opinião!
A Sociedade vai mesmo ficar fendida em duas; a dos que se sentirão mais à vontade para julgar lícito um acto que farão sozinhos(as) ou para que tentarão obter ajuda dos que igualmente adiram à sua posição, e porventura obrigando outros, por razões de consciência, a recusar-lhes colaboração por legítima objecção de consciência (pois de um caso de consciência se trata) e indirectamente, através de impostos, a participar, contra sua vontade, numa colaboração que intimamente reprovam. De uma das alternativas postas à escolha, tornar lícita a interrupção da vida incipiente, ninguém se gabará?na praça pública! A censura social (nome chique da vergonha,se ainda existe!) e a irmã gémea, a clandestinidade que continuará acobertando interesses e miséria, remeterão para o silêncio quem esperava carinhos e foi... cruelmente recusado! Nem digo que dessa miséria, talvez imerecida, não sejam culpados os aderentes das duas franjas sociais em confronto!
E quem julgava que o infanticídio era coisa de civilizações desaparecidas (?)!
Será que um feto humano vai ter menor protecção legal que um ovo de perdiz?! Ou do que um melro no ninho?!
Desumanidade! Quem me convence do contrário?!
Se o meu loro-sae e minha barby falassem ...se fossem convidados a votar?!
VOTEI NÃO! E não quero que alguém fique triste por isso...Se estou vivo, a alguém devo o ter pensado NÃO!E essa aprova-me!
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